
Inovação é motor de desenvolvimento em Joinville

Joinville vem se consolidando como um dos polos de inovação mais promissores do Brasil. Essa vocação não é fruto do acaso, mas de um esforço coletivo que envolve empresários, academia, poder público e a sociedade civil organizada. Para Rogers Pereira, diretor executivo do Join.Valle, associação que atua como promotora do ecossistema local de inovação, o segredo está na visão de longo prazo que começou a ser desenhada há alguns anos.
"Foi um movimento genuíno da comunidade, de empresários que entenderam que precisávamos diversificar nossa matriz econômica, tradicionalmente muito dependente da indústria", explica. A partir dessa inquietação, surgiram iniciativas voltadas à redução de barreiras para empreender, à formação de talentos e ao estímulo à inovação em todos os níveis.
Hoje, abrir uma empresa em Joinville é um processo mais ágil e menos burocrático. Além disso, a cidade tem um capital humano diferenciado, com universidades que se alinham às necessidades do mercado. "Você não constrói um ambiente propício ao empreendedorismo sem mão de obra qualificada", pontua o executivo. "E nossas instituições de ensino têm sido fundamentais para isso, com laboratórios de engenharia, computação e iniciativas voltadas à prática desde cedo."
Formalizado como associação em 2018, o Join.Valle atua como um elo entre os diferentes atores do ecossistema, olhando para o todo de maneira estratégica. "A gente acompanha desde a formação da mentalidade empreendedora até o acesso a fundos de investimento para startups já em operação. Mapeamos os indicadores do ecossistema e buscamos evitar sobreposição de iniciativas entre instituições."
A colaboração é um dos diferenciais do modelo joinvilense. Em vez de disputas isoladas, há uma cultura de cooperação entre empresas, universidades e órgãos públicos. "Enquanto em muitos lugares cada um olha apenas para o seu quadrado, aqui há uma predisposição real para trabalhar em conjunto. Isso acelera o desenvolvimento e amplia o impacto", afirma Rogers.
Um exemplo concreto dessa sinergia é o Ágora Tech Park, que surgiu para ser um ponto de convergência físico entre esses diferentes atores. "Quando você compartilha o mesmo espaço, as conexões acontecem naturalmente. Esbarra com alguém no café, é chamado para uma reunião improvisada, desce um andar e encontra outro parceiro. Isso agiliza muito os processos", conta Rogers.
Rogers Pereira lembra que outro destaque do conglomerado de inovação é o Ágora.Experts, iniciativa voltada à formação de professores para que possam, em sala de aula, transmitir conceitos de inovação e empreendedorismo aos alunos. "Se o professor entende esse universo, ele se torna um agente de conexão para os estudantes. Isso amplia nosso alcance de maneira exponencial."
Entre as iniciativas mais inovadoras está o laboratório de propulsão, criado para apoiar projetos ligados à indústria aeroespacial. A ideia surgiu de forma espontânea, quando um estudante de engenharia aeroespacial da UFSC, frequentador do FabLab – o laboratório maker do ecossistema – começou a desenvolver foguetes para competições internacionais. A partir dessa experiência, nasceu a Alter Space, uma startup voltada ao desenvolvimento de foguetes de pequeno porte.
"Quando percebemos que estávamos formando talentos para irem embora da cidade, entendemos que era hora de criar as condições para que essas empresas pudessem nascer e crescer aqui mesmo", destaca. Com apoio público e privado, foi viabilizada a construção do laboratório de propulsão – um passo fundamental para consolidar a presença de Joinville na cadeia aeroespacial.
O laboratório de propulsão de foguetes é uma iniciativa inédita no Sul do Brasil, viabilizada por meio de um termo de fomento com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). "A beleza disso tudo é que ninguém, lá atrás, imaginava que abrir um espaço maker resultaria no surgimento de uma empresa de foguetes. Mas é exatamente assim que a inovação acontece: quando criamos o ambiente, as ideias florescem", conclui.

O legado dos eventos
O Ágora tem sido, ainda, palco de diversos eventos e programas que fomentam a inovação, como o IA Summit, voltado à inteligência artificial nos negócios. O
IA Summit, que teve a segunda edição realizada no início de junho, é hoje o principal evento de Inteligência Artificial do Brasil, e foi idealizado em Joinville por Dieter Borgert, fundador e CEO da Q-Assist e Smart QI, duas das empresas do conglomerado do Ágora Tech Park. “A realização da segunda edição é uma resposta direta ao impacto gerado pela primeira. A energia, o engajamento e os frutos colhidos nos mostraram que estávamos no caminho certo. Joinville foi e continua sendo o território ideal para esse tipo de transformação. É uma cidade que alia tradição industrial com um crescente protagonismo em inovação e tecnologia — Nosso legado vai além do evento. Estamos criando, aqui em Joinville, o maior ecossistema de Inteligência Artificial do Brasil”, destaca.
De acordo com Dieter, o objetivo é que Joinville seja vista nacional e internacionalmente como uma cidade de inovação, protagonista na criação de soluções de IA com propósito e responsabilidade. “Queremos que o Brasil seja reconhecido não só como consumidor, mas como criador de tecnologia, e um dos pilares dessa construção é a formação de talentos e o aculturamento em inteligência artificial”, explica.
Outro evento de peso no calendário de tecnologia e inovação de Joinville será realizado nos dias 17 e 18 de setembro no Expocentro Edmundo Doubrawa, e também é fruto de uma incubadora de startups do Ágora Tech Park, a Softville Ágora. Grasi Nazário, diretora-executiva da empresa, a ExpoInovação consolidou-se como o principal evento de tecnologia e inovação do Sul do Brasil porque vai além de uma feira ou congresso — “é um espaço de conexão real, de geração de negócios e troca de conhecimento com foco em inovação aplicada e desenvolvimento regional”.
Segundo Grasi, a ExpoInovação movimenta a economia local ao atrair milhares de participantes, gerar demanda por serviços, fomentar negócios e impulsionar o turismo corporativo. “Além disso, reforça o posicionamento de Joinville como um polo de inovação no Sul do Brasil, conectando o ecossistema regional a tendências nacionais e internacionais, atraindo investimentos e consolidando a cidade no mapa da nova economia baseada em tecnologia, colaboração e empreendedorismo”, conclui.

Top 10 na StartupBlink
No último índice da StartupBlink, plataforma de pesquisa sobre economia da inovação global, Joinville subiu uma posição e agora é o nono município brasileiro com o melhor ecossistema para startups. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, William Escher, “figurar entre os dez melhores ecossistemas de startups do Brasil transcende a simples estatística. Esta colocação é, antes de tudo, a confirmação do talento, da criatividade e do espírito empreendedor que caracterizam a população joinvilense”.
O secretário destacou, ainda, que um lugar no Top 10 nacional, conferido por uma entidade internacional respeitada, é uma poderosa ferramenta de marketing. “Isso diferencia Joinville no cenário nacional, fortalecendo sua proposta de valor e podendo influenciar positivamente as decisões de grandes corporações em busca de parceiros de inovação, organizadores de eventos e até mesmo a alocação de fundos governamentais”.
No ranking mundial, o município ocupa hoje a 423ª posição – 108 posições acima da que ocupava no ano passado.
Para saber mais sobre o potencial de Joinville para quem quer inovar e empreender acesse https://www.visitejoinville.com.br/inovacao





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