16 - Sociedade Harmonia Lyra

A Sociedade Cultural Harmonia Lyra, fundada em 1858, é um ícone cultural de Joinville, com uma sede histórica desde 1930. 


Ao longo do ano, a Harmonia Lyra promove eventos que celebram a diversidade artística, como o tradicional Natal na Sacada, além do Festival de Ópera e Jazz, que traz performances renomadas, aproximando a comunidade joinvilense da música erudita e do jazz. 


Esses eventos são um convite para reviver a rica herança cultural da cidade em um ambiente que celebra a arte e a música.

 

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16 - Sociedade Harmonia Lyra

R. XV de Novembro, 485 - Centro, Joinville - SC, 89201-600

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Estamos caminhando para a Sociedade Cultural Harmonia Lyra, o berço da cultura joinvilense. No caminho você vai passar pela Praça da Bailarina Liselott Trinks, a escultura é uma impressão 3D da nossa prestigiada bailarina Thais Diógenes que juntas representam a cultura da dança em Joinville.


Eu te contei lá no Monumento A Barca que os primeiros imigrantes que chegaram aqui viram mangue, mata Atlântica e muito trabalho pela frente para fazer deste pedaço de terra uma cidade. A arte e a cultura ajudavam a amenizar a solidão, a dureza do dia a dia de trabalho e adaptação a um novo país, com natureza, clima e língua diferentes. Em 1851, quando chegaram aqui os primeiros imigrantes, a Europa já tinha sido fortemente influenciada por Mozart e Beethoven.


Com os imigrantes vieram várias práticas culturais e, aos poucos, a sociedade foi se organizando e se reunindo para cantar, tocar instrumentos e dançar. Famílias e vizinhos se reuniam para formar bandinhas e corais. Em 31 de maio de 1858, ou seja, apenas 7 anos depois que os primeiros imigrantes chegaram aqui, foi criada a Sociedade Cultural Harmonie.   Ottokar Doerffel foi o primeiro secretário e idealizador e Eduard Trinks o primeiro presidente da sociedade. Lembram dele? Ottokar era o que morava na casa do Museu de Arte.


Diversas outras sociedades foram se formando também, como a dos Cantores, de Atiradores e dos Ginásticos.   Em 1921, a Sociedade Harmonie, que era de teatro, se uniu com a Sociedade Lyra, que era de orquestra e canto e formou a Harmonia Lyra.   Mas eles não tinham uma sede, então Adolf e Eva, ele neto do Eduard Trinks, que tinham um comércio e queriam fortalecer o cenário cultural na cidade e eram os presidentes da Sociedade, encabeçaram um movimento para construir a sede da Harmonia Lyra entre 1929 e 1930. O projeto foi feito na Alemanha e adaptado ao nosso cenário.



É uma arquitetura eclética com traços neoclássicos, com esquadrias rebatidas e, repare nas máscaras na parte de cima da fachada, foram feitas por Fritz Alt, um importante artista da cidade naquela época. Liselott Trinks era a filha do casal e foi para a Alemanha estudar dança na época da construção da Sociedade Cultural.   


Quando voltou para Joinville, fundou na Harmonia Lyra a primeira escola de dança da cidade, trazendo tudo que havia de mais moderno na Europa. O título de Joinville ser a Cidade da Dança começou com essa menina que formou uma geração de bailarinas e hoje tem uma praça em seu nome na nossa cidade.


  Em 1929, chegou a Joinville o músico e compositor austríaco Pepi Prantl. Ele tornou-se o primeiro maestro profissional da orquestra da Harmonia Lyra de Joinville e morava com sua família neste edifício, nos apartamentos localizados no sótão, onde foram construídos três apartamentos: um para o maestro Pepi, outro para o ecônomo que cuidava da zeladoria e da gastronomia e o terceiro para os artistas que vinham se apresentar na Harmonia Lyra.   Isso viabilizava muito as apresentações, pois quase não existiam hotéis na época e os poucos que havia eram muito caros.   


Pepi, com a música, Liselott, com a dança e o teatro e Fritz Alt nas artes plásticas, fizeram de Joinville uma referência artística no estado. Todas as músicas e peças teatrais eram cantadas e faladas em alemão, a língua oficial da cidade, enquanto o português era a segunda língua ensinada na escola.


A Harmonia Lyra virou ponto de encontro da sociedade joinvilense. Das rodas de conversas surgiram a ACIJ,os Bombeiros Voluntários, a Festa das Flores e o Festival de Dança de Joinville. As meninas de 15 anos debutavam na Lyra para, só depois disso, poderem participar dos bailes, sempre sob os olhos atentos das mães e da comunidade. Aos domingos, os jovens iam ao cinema Colon, depois passavam na Sorveteria Polar e terminavam o dia nos Bailes da Harmonia Lyra. Os Bailes de Reveillon, Natal e Carnaval eram disputadíssimos. Juarez Machado era frequentador da Sociedade Cultural e retratou sua vivência em algumas de suas telas. Muitos casais começaram suas histórias aqui.


Hoje, na Sociedade Cultural Harmonia Lyra, acontecem casamentos, festas sociais, Óperas, shows e teatros. As apresentações de Natal na Sacada e o Festival de Ópera são eventos fixos na agenda. É um espaço que caminha alinhado à história de Joinville, um edifício imponente que não passa despercebido ao caminhar pelo centro, assim como a força cultural que os imigrantes trouxeram para cá.


Mas um fato político-social deixou cicatrizes na história da Sociedade Cultural da Harmonia Lyra. Essa história eu vou te contar a caminho do Deutsche Schule, que é o nosso próximo ponto, aqui pertinho.


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